quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Versinho antigo


Nesse entulho de sentimentos sinto-me extraviada,
como um barquinho em alto mar sem remos
como a impulsividade que tivemos
como as palavras enraizadas

Perco-me mais uma vez em meus atos,
lembrando sempre dos seus abraços,
mas nessas recordações permaneço,
pois o seu adeus, eu nunca esqueço!

(Danielle Soares)

Em resposta ao meu,

É que os escombros de sentimentos, de fato, nos perverte.
Inverte o que nas nossas mãos servem de parafernália,
nas nossas mãos, na cabeça, na boca.
Até as bagatelas que levamos no bolso,
perdemos, inclusive elas.
E na memória? O adeus que sempre destila fortes emoções, e
a esperança de ele não ser uma "despedida" de verdade.

(Lucas Monteiro)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012


Algo falava mais alto. - É coisa de pele, é coisa de pele! - Ela dizia, e sorria. E aquele sorriso dizia tanta coisa (...)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ela joga o lixo, lava as mãos, se balança na rede, pega um pente no quarto da mãe, abre o vasculhante do seu banheiro. Vai ao guarda roupa do pai e sente o cheiro dele em suas roupas -sente saudade-, faz carinho no gato, brinca com o cachorro, vai ao quintal olhar as plantas. Volta, senta no sofá, levanta e vai até o quarto do irmão, procurar algo que nem ela sabe o que seja. É como se precisasse estar em todos os cantinhos daquela casa. Como se precisasse levar cada pedaço no bolso -ou no coração. É uma ansiedade. É a incerteza lhe corroendo aos poucos. Enquanto por outro lado a felicidade lhe transborda. Sorri e sonha como uma menina -uma criança- boba. Então, lembra do olhar seguro, do abraço acolhedor, do carinho, e se sente forte. Forte para enfrentar esse tal destino incerto, essas surpresas da vida.