sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ela joga o lixo, lava as mãos, se balança na rede, pega um pente no quarto da mãe, abre o vasculhante do seu banheiro. Vai ao guarda roupa do pai e sente o cheiro dele em suas roupas -sente saudade-, faz carinho no gato, brinca com o cachorro, vai ao quintal olhar as plantas. Volta, senta no sofá, levanta e vai até o quarto do irmão, procurar algo que nem ela sabe o que seja. É como se precisasse estar em todos os cantinhos daquela casa. Como se precisasse levar cada pedaço no bolso -ou no coração. É uma ansiedade. É a incerteza lhe corroendo aos poucos. Enquanto por outro lado a felicidade lhe transborda. Sorri e sonha como uma menina -uma criança- boba. Então, lembra do olhar seguro, do abraço acolhedor, do carinho, e se sente forte. Forte para enfrentar esse tal destino incerto, essas surpresas da vida. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário